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TEMPLO DE UMBANDA MISSIONARIOS ESTRELA DO ORIENTE

 

 

Normas e doutrinas internas

 

Os missionários deverão estar no templo as 16.00 hs, ou seja, uma hora antes do inicio dos trabalhos, para descansar o corpo, trocar de roupa com calma, e assumir seus postos se for o caso.

 

É importante que o médium faça as saudações nos pontos de fixação do Templo.  Na entrada temos o Mavolotango: que é o Senhor Tranca Ruas (Salve Senhor Tranca Ruas, salva a sua força) logo depois a casa de Exu, (Salve Marabo e Maria Padilha, Salve todos os Exus) a casa das almas, nossos queridos Pretos Velhos (eu adorei as almas, salve todos os Pretos-Velhos) mais a frente o assentamento do Ogum, (Patacori Ogum, me de sua proteção) O ariaxé do Terreiro que pertence a Xangô, deve-se bater com o dedo indicador da mão direita em forma de triangulo levando a mão a cabeça na fronte pedindo harmonia aos planos material, mental e espiritual e por ultimo no conga, pedindo as bênçãos a Oxalá.

 

Todos os médiuns devem utilizar o uniforme pré-determinado pela direção na abertura em todas as giras. Após o intervalo médiuns de consulta no caso as senhoras, poderão fazer a troca de blusa por camisa dependendo da entidade que fará os trabalhos, tais como: a blusa de malha com estampa do Templo, ou em casos de gira festiva previamente autorizada pela Zeladora.

 

Esforçar-se pela elevação espiritual própria de maneira permanente visando alcançar o equilíbrio necessário inclusive para o seu dia a dia

 

Recolher o material utilizado pelas entidades após os trabalhos tais como: bancos de preto-velhos, bebidas, copos, jarras de flores etc...

 

Médiuns que já trabalham com consultas, que precisarem faltar deverão avisar um dia antes da gira para que sua ficha não seja distribuída.

 

Não fazer ou utilizar outro médium para fazer puxadas ou descarrego sem a devida orientação do guia chefe do templo. Muito menos puxar entidades de consulentes. Se houver incorporação na assistência ou na hora da consulta chamar os médiuns pré-determinados para ajudar na desincorporação.

O comportamento no Templo é de respeito amor e fé, vamos dar o exemplo, falando em tom baixo, sem brincadeiras de mau gosto, vestindo-nos de forma adequada, sem prejudicar o espirito de seriedade e concentração.

 

Fumar apenas no local permitido, antes da gira iniciar e na hora do intervalo, não esquecendo que estão em um Templo de Caridade e respeito, não é de bom tom chamar a atenção daqueles que passam, está em uma gira e não em uma festa.

 

É terminantemente proibido comentar ou revelar a natureza das consultas ou tirar qualquer proveito dos assuntos ali tratados.

 

Realizar trabalhos fora do Templo sem o conhecimento da Zeladora, poderá trazer danos espirituais e o Templo não vai se responsabilizar pelas consequências deste ato.

 

É proibido cobrar qualquer trabalho realizado dentro ou fora do Templo.

 

NÃO toleramos fofocas, discórdias e intolerâncias entre irmãos, caso haja algum assunto ou acontecimento que possa gerar desconforto, o mesmo deverá ser levado ao Presidente ou a Zeladora, para as devidas providencias.

 

Orientar familiares e amigos sobre as normas do Templo.

 

Os médiuns devem cantar e bater palmas, auxiliando a corrente e os Ogans do Templo.

 

Não tomar bebidas alcóolicas antes da gira.

 

Os pertences pessoais e roupas dos médiuns devem ter seus nomes gravados com caneta própria ou bordados.

 

Quando houver duvidas sobre seu desenvolvimento mediúnico, procure esclarecer com a Zeladora, na falta desta com a Mãe Pequena e na falta desta com Pai Ogã.

 

 

 

 T U M E O -  REUNIAO 11 DE JANEIRO DE 2014

 

 

Temas escolhidos:

 

O Médium, a incorporação e seu desenvolvimento. Parte 1

Oferendas - Exu

Abertura Incorporação e desincorporação

 

Antes de qualquer coisa quero agradecer a Zambi por meus pais carnais terem tido a oportunidade da minha concepção.  Ao Sergio, (Pai Ogâ) e Susi (Mãe Pequena) por acreditarem que um dia eu seria capaz de desempenhar a missão de uma Zeladora.

 

E aos meus guias e Orixás a oportunidade de dividir com meus filhos, carnais e espirituais o pouco que colhi com as experiências da minha trajetória espiritual, vívida, em parte orientada e estudada.

 

A Iemanjá, Oxóssi e Obaluae esta terra de trabalho, e a todos os outros Orixás o sentido da devoção.

 

Marabô e a Padilha a proteção e sabedoria.

 

A Jureminha e Sete Flechas o sentido da caridade pura.

 

A vovó Catarina e Pai Jacó o sentido da humildade e simplicidade.

 

Caboclo Juruá, me fazer acreditar que a cura espiritual vem antes da material.

 

Boiadeiro da Guia, a importância da sinceridade.

 

Grão de Areia e Flechinha, a alegria que conduz a responsabilidade.

 

A Cigana Diana, a magia que transcende a matéria.

 

Obrigada a todos vocês.

 

 

O médium e seu desenvolvimento.

 

O Bom médium se esforça para o seu desenvolvimento intelectual e moral, através de estudos e trabalhos constantes no sentido de obter maior conhecimento do Amor Universal. Esta necessidade é paralelamente o seu maior dever, e para cumpri-lo da melhor forma possível, é essencial a disciplina, humildade e boa vontade em aprender, exercitando estas qualidades principalmente durante as giras. Ter a consciência dos diferentes tipos de mediunidade, a responsabilidade e influencia nas comunicações espiritas, Não vamos colocar a culpa em nossas entidades quando esta fala ou faz algo que não vai de encontro a principal meta do Umbandista que é fazer a caridade com responsabilidade.  Muitas vezes falta compreensão e concentração.

 

Quando o médium não atinge o objetivo desejado, se faz necessário fazer uma autoanálise.

 

Antes de vir para o Templo procure criar hábitos que ajudam a facilitar a sintonia com o Plano Maior, tais como: fazer uma prece antes de sair pedindo aos seus guias que lhes ajudem e os intuam em seus trabalhos, se não for possível um banho com ervas ao menos use um sabão da costa. Deixe seus problemas pessoais do lado de fora do Templo quando entrar. Se entregue de corpo e alma a caridade.

 

Sua condição mental é um dos fatores mais importantes antes do inicio dos trabalhos, nosso padrão vibratório precisa estar afinizado com o Plano Maior, facilitando o trabalho dos Guias estabelecendo a corrente mental, estando incorporados ou não. Nada de brincadeiras depois que os trabalhos se iniciam. Pode existir um momento de descontração entre um fato ou outro, mas isso não significa que devamos estender o assunto, isso pode quebrar o elo da corrente.

 

Lembrando sempre que o sucesso do trabalho depende em grande parte da sintonia e da boa vontade do grupo todo, e que a força da corrente depende de cada um de seus elos.

 

A condição física é importante, sendo ideal uma alimentação leve, porque refeições pesadas causam uma sobrecarga no aparelho digestivo e excretor, desviando para o nosso organismo energias que poderiam estar sendo conduzidas a doação de fluidos, este mesmo argumento se aplica ao excesso de cigarro, também o café, chocolate, que provocam reações no sistema nervoso, por isso devem ser evitados ou ingeridos em baixa quantidade nos períodos que antecedem os trabalhos mediúnicos. Abstinência do sexo pelo menos 24 horas antes porque a perda de adrenalina através da glândula pineal, influencia sobre maneira na doação destes fluidos tão importantes nos trabalhos.

 

Mulheres menstruadas podem trabalhar normalmente, pois este fato faz parte da natureza humana, deve-se evitar apenas se a médium não se sentir apta ou com fraqueza física.

 

Nossas vestimentas devem estar sempre limpas, mantendo-se sempre a mão o pano da costa e o pano de cabeça, e não fazer uso de apetrechos tais como: relógios, pulseiras e anéis, para não correrem riscos de machucar a si, ou outrem.

 

Tudo na vida exige preparo, treinamento e sacrifícios. Não tenha duvida de que existe o momento propicio para tudo. Para que um fenômeno mediúnico aconteça, como a incorporação, tenha a certeza de que a espiritualidade sabe a hora certa de atuar, a manifestação se dará de forma gradativa até sua plenitude. Ninguém engole a comida de um prato de uma só vez, assim é com a mediunidade, não se aprende ou se sente tudo de uma só vez, é necessário uma etapa após a outra, para aproveitarmos o máximo daquilo que a espiritualidade nos oferece. Assim como o alimento em nosso organismo.

 

Ou simplesmente a incorporação não acontecerá porque você não é um médium de incorporação.

 

 A caridade se faz de varias formas. Alguns médiuns podem restaurar os fluidos de outros, envolvidos em vários tipos de trabalhos diferentes ou de consulentes que estejam sendo atendidos. Este é um exemplo de como é crucial que o envolvimento emocional no trabalho, através do interesse real pelo bem, seja independente da função exercida pelo médium.

 

Os guias espirituais de Umbanda são espíritos que viveram em diferentes épocas no Brasil e por isso tem afinidades com essa cultura. Estes guias, mais evoluídos utilizam-se também de nossos atributos físicos, mentais e espirituais.

 

Pode acontecer um ELO muito antigo de ancestralidade, entre guia e médium, seja ele carmico ou familiar.

 

O assunto mediunidade estará sempre pautado em temas importantes tais como: interação com o guia, diferentes formas de exercício mediúnico, trabalho a distancia, suporte fluídico, apoio ao atendimento das entidades etc.

 

OFERENDAS

 

É importante aprender que existe uma necessidade de promover uma ligação entre o ritual praticado e a entidade no que diz respeito às oferendas.

Três são os aspectos fundamentais de uma oferenda para  Guias de trabalho ou  Orixás de Umbanda.

 

1 – Objetivo -  

Fortalecer espírito e matéria

Pedir ou agradecer

 

2 -  Sacrifício  

Toda oferenda aos guias espirituais e orixás é fruto do seu trabalho, portanto significa sacrifício e FÉ

 

3 – A Magia   

 

Oferecer materiais para manipulação de energia no plano espiritual.

 

Entendendo estes três aspectos, podemos detalhar melhor a Oferenda que se faz para o Orixá.

 

Um exemplo simples: Quando escrevemos uma carta para alguém que amamos usamos letras e formamos as palavras.

 

Com os Orixás, fazemos o mesmo através dos grãos e folhas que oferecemos. Existe relação simbológica entre orixás e materiais oriundos da natureza ou industrializados.

 

No caso de uma obrigação de Bori ou Obi d’agua é agradável ao Orixá, a partilha desta mesa, ensejando a confraternização com os demais irmãos e Zelador através do oferecimento de frutas, espigas de milho, doces etc.

 

Sobre os materiais e seus fundamentos ofertados aos Orixas , detalharemos em uma próxima reunião.

 

 

Nesta primeira etapa falaremos das Oferendas feitas para Exus, já que estes são os guardiões do Templo e mensageiros dos Orixás.

 

A principal oferenda para Exú é o PADÊ

 

O Padê feito em nosso Templo é composto dos seguintes materiais:

Azeite de dendê simboliza o sangue vermelho. (extração vegetal)

Mel também simboliza o sangue vermelho, porem doce, adoça a vida (extração animal abelha)

Cachaça – contem o azoto extraído da cana                                                                                                              

Água fonte universal da vida. Se a agua fosse prejudicar o Exu, então o que seria da quartinha?

Sal Pitada de vida, (não se esqueça que até na Igreja o padre usa o sal para o batismo) e é esse o sentido da pitada de sal, batizar o alimento, não apenas o Padê, mas todo alimento que se faz para Orixá,            

 

Para Exu- farinha de mandioca (cultivada na terra, a mandioca é uma raiz forte que simboliza a força da Terra, e fertilidades).

 

Para Pomba Gira -  Fubá   (o milho também vem da terra,  sendo amarelo, diferencia o feminino do masculino e suas respectivas forças).

                       

Cebola Não é necessário sempre a utilização, mas a cebola possui o azougue, que é utilizada em alguns casos.

 

Ao fazer o padê o médium ou consulente deve falar em voz alta com o seu exu protetor, sua saliva é importante para que a transmutação de energia seja melhor.

 

Pode-se também colocar camarão refogado frito no dendê por cima do padê ou a sardinha frita no dendê com molho de camarão e cebola.

 

Todos estes componentes são de grande força para o Exu.

A vela:

Preta - é utilizada para absorção de energias negativas

Vermelha – vitalização

Branca - Neutralização

Roxa – transmutação

Cada exu escolhe e trabalha com a cor da vela que lhe agrada ou de acordo com o trabalho a ser desempenhado.

 

Bebida: Cachaça, conhaque, caldo de limão.

 

Fumo: Charuto, cigarrilha escura, lasca de fumo de rolo.

 

Frutas: Limão, manga, abacaxi, frutas cítricas.

 

Flores:  Cravo vermelho, palma vermelha, rosas vermelhas e amarelas.

 

Pedras: Ágata preta, turmalina negra, quartzo fume, mica preta e otá.

 

É lamentável nos dias de hoje Exu ser considerado por muitos uma entidade malévola, por isso precisamos nos policiar para não permitir que um quiumba se identifique como Exu de Lei.

 

Sendo um mensageiro, sua responsabilidade esta em unir os homens aos orixás. Dai o seu dinamismo regulador das forças do cosmos interligando e equilibrando, procurando sempre a evolução assim como nós seres humanos.

 

Exu é uma entidade de muita versatilidade, trabalhando pela cura, aproximação de pessoas e desmanchando trabalhos de magia negra. Portanto, podemos dizer com segurança que estas entidades não são espíritos da maldade que campeiam por ai. Espíritos atrasados sedentos de vingança serão sempre uma oportunidade para os Exus de galgarem patamares mais elevados dentro de sua escala espiritual. O poder regenerador que é transmitido aos doentes através deles traz grandes benefícios físicos. Assim se todos praticam a caridade visando ao desenvolvimento espiritual, porque os Exus também não poderiam fazê-lo?

 

Queria muito que ficasse claro uma coisa, apontar os Quiumbas, como causadores dos malefícios que temos que enfrentar é abrir mão de nosso livre-arbítrio e do poder a nós conferido pela centelha divina que existe em cada um a qual nos possibilita desfrutar de poderosas forças do universo. Aqueles que temem o inimigo oculto se esquecem de que na verdade bem e mal são as duas faces de uma mesma moeda: nossa consciência. 

                     

 

Abertura Incorporação e Desincorporação

 

Nossa gira é sempre aberta com prece, defumador e a firmeza do terreiro através do gongá (pó de araruta com diversas favas), em seguida a nossa saudação a porteira, Sr. Tranca Ruas e aos Exus da Casa, Sr. Marabô e Maria Padilha, neste momento pedimos  aos guardiões que nos protejam e também nosso Templo, para que os trabalhos de caridade transcorram dentro da maior segurança e luz espiritual. Os pontos cantados em seguida para Oxalá, e a saudação aos Orixás da Casa, demonstram nosso respeito e carinho a hierarquia espiritual, também nos ajuda a manter a concentração e canalização de nossos pensamentos na linha de trabalho, os pontos cantados tem um potencial criativo e propriedades vibratórias para o exercício da caridade, o toque do atabaque, as palmas, reflete no grupo uma sensação de elevação e bem estar. Neste momento os médiuns devem estar concentrados com sentimentos de equilíbrio e amor, formando uma corrente eletromagnética, para que nenhuma ação negativa possa quebrar ou enfraquecer os trabalhos.

 

Entendam que nossos guias e espíritos superiores também se preparam para este momento. Temos um chefe de falange, que é o mentor que determina a conduta e organização a serem seguidas durante a gira e parte da execução desse planejamento é reponsabilidade da nossa Zeladora que durante os trabalhos ocupa uma posição que pode ser entendida como a de um representante encarnado de nossos guias.

 

Este chefe de falange é inspirado durante os trabalhos pela equipe espiritual que se prontificou em atuar no nosso Templo.

 

Um exemplo de como devemos respeitar a organização dos trabalhos refere-se ao controle que devemos ter sob a nossa mediunidade.  Como temos vários médiuns em desenvolvimento mediúnico, o controle e o entendimento da energia que sentimos são muitas vezes difíceis de controlar. Por esse motivo, e devido a importância desse tópico para o equilíbrio dos trabalhos vamos enfatizar mais detalhadamente sobre o controle mediúnico.

 

De forma geral, enquanto não temos a permissão de incorporação do mentor responsável pela gira, não devemos dar passagem a incorporação de nenhuma entidade. Teoricamente essa norma de conduta é de fácil compreensão e aceitação. Compreender que uma incorporação fora de hora prejudica o trabalho por quebrar a concentração e o equilíbrio da corrente.

 

Sabemos que controlar as energias é difícil, e eventualmente um descontrole maior pode levar a uma incorporação em um momento inoportuno. Algumas perguntas surgem naturalmente em nossas mentes, tais como:

Se as incorporações são inoportunas porque ocorrem?  

Não saberia o meu guia evitar isso?

Se eu sinto tanta energia não seria hora de incorporar?

 

Responder a estas perguntas requer que nos aprofundemos um pouco mais em questões relativas a mediunidade e ambiente do qual fazemos parte.

Uma corrente eletromagnética é formada e envolve todos os médiuns, esta corrente é resultado da energia sutil que produzimos através dos nossos pensamentos. Da mesma forma que produzimos, podemos também capta-la. Vamos fazer de conta que cada médium é a antena de um rádio, que capta essa energia, e está em constante processo de ajuste de sintonização. Durante esse processo podemos captar várias formas de energia, sem ter o controle do volume no qual elas se expressam. Esse descontrole durante a abertura da gira é de certa forma natural, resultante da abertura psíquica obtida, da ligação que é criada entre todos (encarnados ou não) e da força da energia gerada pela corrente. Explica-se assim porque sentimos a vibração forte, causando efeitos físicos de difícil controle.

 

Por falta de conhecimento sobre nossa própria mediunidade, estamos suscetíveis a associar essas energias que sentimos durante a abertura e na gira, a influencia de nossos guias. Erroneamente, nesses casos imaginamos que essa energia se origina de um espirito que quer incorporar. Assim quando interpretamos a energia que sentimos durante a gira de forma incorreta, podemos estabelecer uma ligação mais forte com o espirito no qual pensamos, já que é natural que imaginemos um guia especifico que achamos que quer incorporar. Se essa ligação é suficientemente forte, em certos casos ocorre a incorporação fora de hora. Referimo-nos a esse fenômeno dessa forma porque ele representa uma incorporação que não foi planejada e sim induzida pelo médium (que puxou a entidade) e que ocorreu devido às circunstâncias especiais do ambiente.

 

Nas ocasiões em que este fenômeno ocorrer, é possível que a Zeladora ou a mãe Pequena, peça para que a entidade desincorpore. A entidade que incorporou fora de hora entende que a necessidade de seguir a ordem planejada para os trabalhos e se prontifica a desincorporar. Cabe ao médium, no entanto, assegurar-se que também compreende essa necessidade de ordem e organização nos trabalhos. O mais importante é que o médium entenda o procedimento com humildade e como parte de seu exercício de disciplina, pois só assim se assegura que não vai ficar magoado ou contrariado, o que seria muito prejudicial ao trabalho. É essencial também que o médium saiba entender a diferença existente entre ele e o espirito comunicante. O aprendizado sobre essa diferença consiste em um dos maiores e mais importantes desafios na pratica da mediunidade responsável.

 

Uma pergunta, ainda precisa ser respondida: “Se a entidade que incorpora fora de hora realmente entende que isso não é apropriado porque ela incorpora? Embora seja difícil generalizar e simplificar a resposta dessa pergunta podemos dizer que uma das razões é que isso é uma forma de caridade e aprendizado para os médiuns. A mediunidade para ser um bom instrumento, também depende de prática e experiência do médium. Dessa forma, situações como essas, permitidas pelo Plano Maior em um local apropriado, servem como preciosa oportunidade para que os médiuns ganhem auto conhecimento e disciplina. Como conseguiríamos ganhar essas qualidades se nunca fossemos testados? Vemos assim que as experiências referentes ao controle da mediunidade não só são naturais como também são muito importantes para o nosso aprendizado, desenvolvimento mediúnico e espiritual. Ao mesmo tempo essas situações dão oportunidades   aos outros médiuns de exercer a paciência e a tolerância, bem como de aprender por observação, sobre a sua própria mediunidade. Esse exercício de controle que é uma etapa natural no desenvolvimento mediúnico é uma das formas através das quais aprendemos a ser melhores instrumentos a pratica da caridade e também é uma maneira de contribuir para uma boa realização de qualquer outro trabalho que envolva a mediunidade. Imagina um médium sem controle visitando um terreiro de Umbanda? Ou enfrentando uma situação de obsessão fora do terreiro? 

 

Esgotando o assunto de incorporação da hora incorreta, entramos agora no assunto da hora certa. Quando esta hora acontece? Como devemos agir? Qual a norma de conduta que devemos seguir?

 

Após a chegada do guia chefe no Templo, e quando este faz a saudação ao Gongá, Ogans,  Filhos de Santo e assistência firmando a linha de trabalho, ou seja Caboclo, Preto Velho , Exú , seja a linha que for, o mesmo fará um sinal para que os médiuns iniciem suas incorporações , respeitando também a incorporação da Mãe Pequena. Pode acontecer em uma gira de caridade que a Zeladora não incorpore no inicio dos trabalhos como, por exemplo: Gira de Xangô, ou de Ogum, os médiuns devem ficar atentos aos sinais que serão feitos, podendo esta incorporação da Zeladora acontecer no meio dos trabalhos, mais isto não ira interferir nos médiuns que já estarão incorporados.

 

Nas giras de trabalho com consultas, após o Guia Chefe, os médiuns estando devidamente concentrados com seus mentores espirituais, atraídos pelo Guia Chefe e o som dos atabaques com toda a fé, pensando em tudo de bom que se tem a oferecer, sendo auxiliados pelo Plano Maior, a incorporação acontece de forma firme e natural, neste momento não devemos nos preocupar com nada, para não perder a concentração.

 

A incorporação como sabemos é uma ligação entre o períspirito do médium e o do espirito comunicante, que não entra no corpo, mais se comunica de forma lenta ou rápida, fazendo vibrar todo o nosso corpo. A rigor o termo incorporação não é apropriado para denominar um tipo de mediunidade embora seja de uso comum.

 

Podemos citar a mediunidade de um Ogã, que não incorpora, mais sente as vibrações dos Orixás, tem intuições e força no pensamento para conduzir a gira com cânticos e batidas.

 

E médiuns de firmeza, que não incorporam mais tem a força de pensamento, mantendo o elo da corrente sempre firme, atento a todos que precisam de amparo, tanto irmãos quanto assistentes. Também médiuns de energização.

 

Após os trabalhos é necessário a desincorporação, e este fenômeno deve acontecer de forma disciplinada, o médium deve manter contato psíquico com seu mentor, solicitando que o mesmo não deixe resquícios negativos descarregando toda negatividade e desincorporando sem prejudicar a matéria. Um guia de Luz não joga o seu aparelho no chão ou fica sacudindo meia hora para ir embora. O Guia Chefe deve ser o ultimo a girar, pois precisa fechar a corrente e os trabalhos, verificando a integridade dos filhos e se necessário, deixar alguma mensagem doutrinaria, ou qualquer recado para melhor andamento dos próximos trabalhos. Não deve haver competição dentro do Templo neste estagio ou em qualquer outro. Tais como: eu tenho mais tempo por isso vou demorar para subir, (isso não é do guia e sim do médium) chama-se vaidade. Hierarquia e disciplina é uma coisa, vaidade é outra.

   

Após o encerramento dos trabalhos devemos nos perguntar:

 

Para que serviu o trabalho? Encontramos nele o que buscávamos? O que posso melhorar para o próximo trabalho? O que aprendemos de novo?  Como podemos aplicar em nossas vidas os ensinamentos e exemplos que encontramos através de nossos guias?  É responsabilidade de cada um de nós desenvolvermos o hábito de gerar perguntas como essas e meditar em suas implicações depois de cada gira O médium ciente de suas responsabilidades busca incansavelmente a reforma intima e maneiras de aprender com suas experiências de forma a ser cada vez mais um instrumento útil para o Plano Maior.

 

Que Oxalá abençoe a todos.

Até um próximo encontro.

 

Mãe Jane de Iemanjá

Ponto Riscado

 

O Ponto riscado tem varias funções e significados, ativando múltiplas forças e energias.

 

Além da identificação do guia, o ponto tem a finalidade de repelir energias nocivas, sendo assim: Poder em Ação. O ponto é uma escrita sagrada composta por símbolos e movimentos riscado com Pemba. A Pemba por sua vez possui elementos vegetais, minerais e agua que ajuda a harmonizar e equilibrar.

 

Em resumo o ponto riscado potencializa a força e o poder realizador, de energias positivas, consequentemente sua ação sobre nós e no plano astral. Observando que seus riscos e sentidos abrem e fecham brechas no plano etéreo. Abre para o positivo e fecha para o negativo.

 

Para que um médium risque o ponto do seu guia, o mesmo deve faze-lo com responsabilidade, um médium despreparado pode causar estragos em sua evolução, por isso devemos ficar atentos.

 

É necessário que o zelador faça a confirmação através do jogo de búzios sobre o ponto para que os orixás respondam a legitimidade do mesmo.

 

Dependendo do guia e da casa pode-se utilizar elementos junto ao ponto tais como:

Água = vida e alimento = limpeza e condução de energia positiva

Erva = renascimento e fundamento = cura e apazigua

Pedra = conscientização = sensatez e firmeza

Vela = espirito vivo = purifica, fortalece e impulsiona.

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